O acordar de uma Flor

O post Abuso sexual, consequencias e como ajudar as vitimas, publicado no blog Psicologia e Adocao no dia 14 de abril de 2010, foi o meu primeiro e definitivo "despertar para a realidade", para minha realidade de vitima de abuso. 

O texto é realmente longo, mas não mais longo que os anos que passei sufocando as recordacoes e sofrendo as consequencias desta negacao. 

Acredito que se eu tivesse lido-o quando eu tinha meus 12 anos, tudo teria sido diferente, pois eu saberia que eu tinha direito a protecao, da justica ou da sociedade, ja que a minha familia nao o fazia. Inclusive a organizacao dos meus sentimentos e entendimento do que  eu vivi foram basiados neste texto, de onde eu encontrei uma ordem de ideias e pude escrever os emails para o Pe. Joao, e muito mais que isto, pude fazer uma reuniao de familia e encarar os meus agressoes, e  exigir deles que nao se repita com as sobrinhas e netas.

Boa leitura! 

A fonte deste texto é de Claire et Jacques Poujol - www.relation-aide.com, traduzido por Mirian Giannella – http://giannell.sites.uol.com.br/

Abuso Sexual, Consequências e como Ajudar as Vítimas

Vamos entender melhor a dinâmica do abuso sexual para que possamos ajudar pessoas, crianças e adultos, que já passaram por essa experiência. Sabemos também que crianças desamparadas podem ser vítimas em potencial, mas podemos conhecer melhor o assunto para buscar ajuda consistente.
Abuso sexual é crime e deve ser deunciado, única forma de salvar a vítima da repetição! Ligue: 100 ou 181.

Compreender melhor o abuso sexual, suas consequências e como ajudar uma vítima a sair da repetição.

O artigo que segue foi inicialmente escrito por Jacques e Claire Poujol, conselheiros conjugais e familiares, para o uso de terapeutas, psis e conselheiros. Útil para todos os profissionais da ajuda (assistentes sociais, médicos, etc.) mas, também, para as próprias vítimas, este texto permite compreender melhor o abuso sexual, suas consequencias e como ajudar uma vítima a sair da repetição.

Que o saiba ou não, algum próximo já sofreu e se tornou vítima de abuso sexual. E se for um psi, perceberá logo que várias dificuldades de muitas pessoas encontram aí a sua origem. Para estes homens e estas mulheres mortificados, haverá sempre “antes” e “depois” do abuso.

A nossa sociedade prefere ignorar este problema, atenuar a gravidade, ou mesmo negá-la totalmente. Ou então, cheio de boa vontade, mas também de incompetência, propõe-se às vítimas “soluções” que fazem apenas agravar o traumatismo sofrido.

Respondemos neste artigo às perguntas:

• O que se entende por abuso sexual?

• Por que a vítima tem tanta dificuldade para falar do que sofreu?

• Quais estragos o abuso sexual provoca?

• Como ajudar a vítima a sair da repetição?

• Quem são os abusadores?

• O que se entende por abuso sexual?

1. Um constrangimento ou um contatoUm abuso sexual é qualquer constrangimento (verbal, visual ou psicológico) ou qualquer contato físico, por qualquer pessoa que se serve de uma criança, adolescente ou adulto, com o propósito de uma estimulação sexual, a deles ou a de uma terceira pessoa.

Contato físico é, certo, mais um grave que um constrangimento verbal. Mas é necessário saber que qualquer abuso constitui uma violação do caráter sagrado e da integridade da pessoa humana e provoca sempre um traumatismo.

O constrangimento verbal designa: uma solicitação sexual direta; o uso de termos sexuais; a sedução sutil; a insinuação. Tudo isto em relação a uma pessoa que não o deseja ouvir.

O constrangimento visual refere-se: ao emprego de material pornográfico; ao olhar que insiste sobre certas partes do corpo; ao fato de se despir, de se mostrar nu, ou de praticar o ato sexual à vista de alguém. Aqui também, sem que a pessoa o deseje.

O constrangimento psicológico designa: a violação da fronteira entre o relacional e o sexual (um interesse excessivo pela sexualidade de seu filho/a) ou entre o físico e o sexual (lavagens repetidas; um interesse muito marcado pelo desenvolvimento físico de um adolescente).

O contato físico pode ser: bastante grave (beijar, contato do corpo através das roupas, que seja pela força ou não, com ou sem pressão psicológica ou afetiva), grave (contato ou penetração manuais; simulação de relações sexuais, contato genital, com ou sem violência física), ou muito grave (violação genital, anal ou oral, obtida de qualquer maneira que seja, pela força ou não).

2. A estratégia do abusadorUm abuso não é o fato do acaso por parte de quem o comete. Sendo um perverso, este premedita e organiza a relação esperando o momento em que seus fantasmas viciosos lhe parecerão realizáveis. A vítima ignora naturalmente tudo isto. A estratégia perversa comporta em geral quatro etapas:

a. O desenvolvimento da intimidade e do caráter confidencial, privilegiado, da relação. Esta fase, mais ou menos longa (de algumas horas ou anos), visa a colocar em confiança a futura vítima que não duvida de nada.

b. Uma interação verbal ou um contato físico aparentemente “adequado” com a pessoa que vai ser abusada (confidências de caráter sexual, carícias nos cabelos, abraços amigáveis). A pessoa não tem medo, por que: em 29% dos casos, seu futuro abusador é um membro da família, em 60% dos casos um familiar ou amigo. Apenas 11% dos abusos são cometidos por um desconhecido.

c. Uma interação sexual ou um contato sexual.

É a fase do abuso propriamente dito. Aqui, a vítima reencontra-se na mesma situação que um coelho que atravessa uma estrada à noite e é capturado pelos faróis de um automóvel: petrificado, paralisado, siderado, incapaz de reagir, deixa-se esmagar pelo automóvel. O abusador está consciente do que faz com sua vítima.

d. A continuação do abuso e a obtenção do silêncio da vítima pela vergonha, culpa, ameaças ou privilégios.

Este silêncio raramente é quebrado. O abuso permanece um segredo absoluto durante muito tempo, às vezes por toda a vida.

Três sobreviventes das irmãs Dionne, as famosas quíntuplas canadenses, esperaram os sessenta e um anos para revelar, na sua biografia, que tinham sido sexualmente agredidas pelo pai.

Guardando o silêncio, a vítima faz-se, contra a sua vontade, de cúmplice do abusador, uma vez que a única coisa que ele teme é de ser denunciado. O fato de tornar-se assim, bem involuntariamente, seu aliado, reforça o desprezo que tem por si própria e a sua culpabilidade.

Será uma das tarefas do psi explicar que uma pessoa sexualmente abusada não é nunca culpada nem responsável pelo abuso. Não podia adivinhar que as duas primeiras etapas eram apenas uma estratégia do abusador.

Deverá também dizer-lhe que uma pessoa que está sob a dominação do abusador só faz parar os abusos com a denúncia e revelando o que sofreu. Ora, falar, para ela, é muito difícil, por várias razões. Por que uma vítima tem tanta dificuldade em falar do que sofreu?

1. Leva, às vezes, muito tempo para realizar que foi abusada
O tempo não conta para o inconsciente, ele está como que parado para a vítima: é, na maioria das vezes, o aparecimento de sintomas como depressão ou perturbações sexuais que a levará a deixar o seu sofrimento emergir na superfície e aceitar falar. É o primeiro passo para a cura.Mas falar deste traumatismo, tomar consciência desta verdade: “Fui abusada”, pode ser um choque terrível. O conselheiro terá necessidade de tato e de grande compaixão para deixar a pessoa descobrir por si mesma e no seu ritmo, a amplitude do drama que viveu. Compreenderá a extrema repugnância que provoca admitir que o seu corpo e a sua alma foram devastados. Gostaria tanto de esquecer, não ter nunca vivido aquilo, que vai se refugiar ocasionalmente na recusa: “Aquilo não pode ter me acontecido.”

A pessoa será incentivada a continuar a falar se acreditarem no que diz (tem absolutamente necessidade de sentir que acreditam nela) e se evitar certas frases destrutivas como:

• - Ele cometeu só um erro, como fazemos todos.

• - Aconteceu só uma vez, afinal.

• - É tempo de virar a página.

• - Já faz muito tempo que passou

2. Sente-se culpada

Em seu foro íntimo, sem mesmo declarar abertamente, a pessoa pensa:

• Sou também culpada?

• Poderia ter evitado?

• Colocado na minha situação, um outro teria podido se opor, se debater, fugir?

O psi pode ir adiantando as perguntas que não ousa exprimir, dizendo:

• Quem detinha o poder (parental, espiritual, moral, organizacional, físico, psicológico)?

• Quem era o adulto? O marcador social? O referente?

• Quem era o instigador, o organizador dos abusos?

• Quem poderia fazer cessar? Pode fazer-lhe compreender que a sua culpabilidade está ligada à defasagem entre a vivência passada (e as razões pelas quais a vítima não pôde impedir: a sua tenra idade, sua ignorância, sua total confiança) e a sua vivência atual, quando já é mais velha, menos ignorante, menos ingênua e já sabe se proteger.

Crê-se culpada porque olha os acontecimentos passados com os olhos do adulto prevenido que é hoje. Ora, na época, não possuía defesas necessárias para impedir o abuso.

Separar-se do agressor
Pode-se também ajudar-la a diferenciar o ponto fraco do qual se serviu o perverso, por exemplo, uma necessidade de ternura completamente legítima, uma confiança cega, e o crime que cometeu, se aproveitando desta necessidade legítima de afeição ou da confiança, para saciar seus desejos imorais.

Desligar estes dois elementos é frequentemente um momento de verdade e um alívio para a pessoa, que faz o seu segundo passo para a cura quando não se sente mais responsável.

Mas o caminho será ainda longo até cicatrização da ferida. A precipitação e a impaciência são os grandes inimigos do conselheiro (e do cliente) neste domínio.

3. Falar pode custar-lhe caro
Cada vez que a pessoa abusada mergulha no horror do seu passado, deve pagar um preço muito elevado. Tentando “esquecer” o abuso, virar a página, tinha construído certo equilíbrio, por exemplo, com os seus parentes.

Se decidir fazer explodir a verdade, arrisca desorganizar este equilíbrio fictício e suscitar pressões dos seus parentes. Encontra-se sempre falsos “bons conselheiros” preocupados com sua própria tranquilidade e pelo que dirão os defensores dos abusadores, que vão acusa-la de mentir ou exagerar, de despertar o passado e incita-la-ão a esquecer, ou mesmo “a perdoar”; o cúmulo é que corre o risco até mesmo de ser responsabilizada pelo abuso.

O psi deverá, então, apoiar, incentivar e assegurar a sua proteção material e psicológica. Ajudá-la a avaliar o preço da luta que deverá efetuar para sair do lamaçal do abuso sexual e realizar que o seu desejo de sair do sofrimento será ainda negado por aqueles que deveriam mais protege-la: a família ou os responsáveis pelas instituições.

É necessário notar que quando o abusador faz parte de uma instituição, qualquer que seja, esta decide frequentemente, por medo do escândalo, “acoberta-lo” e, por conseguinte, permanecer na recusa do abuso, mais que reconhecer publicamente a existência de um perverso sexual na instituição.

Há um consenso social de reprovação à pessoa que tem a coragem de remexer nestas coisas imundas: que ela continue como morta viva, não é grave. O mais importante, é que se cale.

4. Sofre de vergonha 
Sartre disse que vergonha é “a hemorragia da alma”. Um abuso sexual marca a pessoa ao ferro e fogo, a suja, a leva a esconder-se dos outros. A vergonha é uma mistura de medo da rejeição e cólera para com abusador, que não ousa se exprimir. [Sente-se culpada pelo crime até nomear o agressor e o crime e a arma do crime. (N. da T.)]

O sentimento justo que deveria provar é a cólera. Provar este sentimento liberador ajuda-a a sair da vergonha. É necessário, às vezes, tempo para que chegue a exprimir a sua indignação face à injustiça que sofreu. Esta expressão da cólera poderá fazer-se seja de maneira real, em frente ao culpado, ou, se não for possível para a sua segurança pessoal, de maneira simbólica. Em todos os casos cabe à vítima decidir.

A vergonha está ligada ao olhar que a vítima leva sobre si própria; vê-se como suja por toda a vida. É o seu olhar que deverá se alterar, e isto alterando a sua maneira de pensar.

5. O desprezo 
Sentindo-se vergonhosa, a pessoa abusada tem duas soluções: desprezar-se a si própria ou desprezar o abusador e os semelhantes. Nos dois casos, o resultado é o mesmo: autodestruição, porque o ódio de si ou o ódio do outro são ambos destrutivos.
O desprezo por si própria pode referir-se ao seu corpo, a sua sexualidade, a sua necessidade de amor, a sua pureza, a sua confiança.

Este desprezo de si tem quatro funções: atenua a sua vergonha, asfixia as suas aspirações à intimidade e à ternura (desprezar-se anestesia o desejo), dá-lhe a ilusão de dominar o seu sofrimento e evita-lhe que procure a cura do seu ser.

Quando o desprezo por si mesma é muito intenso, pode levar à bulimia, à violência contra si e ao suicídio; nestes três casos, a pessoa pune o seu próprio corpo porque ele existe e tem desejo.

6. O verdadeiro inimigo
Se perguntar a uma pessoa que sofreu um abuso sexual qual é o seu inimigo, responderá sem dúvida: “É o culpado do abuso.” O que lhe parece evidente.A vítima tem escolha: ou combate, cultivando o seu ódio para com abusador, ruminando uma vingança contra ele; ou foge, procurando esquecer, endurecendo-se para não mais sofrer, fechando-se em si mesma, passa a ser insensível, de maneira a não mais sentir nem emoção nem desejo.

Mas estas duas soluções são vãs, porque o inimigo não é o abusador. Certamente, representa um problema, mas a boa notícia é que não é o problema essencial. O verdadeiro adversário é a determinação da pessoa a permanecer no seu sofrimento, a sua morte espiritual e psíquica e a recusar reviver. O inimigo reside, por conseguinte, paradoxalmente, na própria vítima!

Este terceiro passo para a cura é sem dúvida o mais difícil de cruzar. A pessoa deve compreender que tem na frente dela a vida e a morte, e que pertence apenas à ela permanecer na morte ou escolher viver.

Quando o conselheiro sente que ela tomou a decisão de sair da pulsão de morte para entrar na pulsão de vida, terá então sem dúvida a ocasião de lhe falar dos três grandes estragos que o abuso produziu na sua vida e que deverão ser reparados.

7. O sentimento de impotência
O abuso sexual foi imposto à vítima. Que tenha se produzido uma vez ou cem vezes, com ou sem violência, não altera o fato de que foi privada da sua liberdade de escolha.

Os estragos produzidos pelo abuso sexual. 
Estes estragos constituem umas torrentes tumultuosas que devastam a alma, e que inclui: o sentimento de impotência, o de ter sido traída e o sentimento de ambivalência, bem como vários outros sintomas.

O sentimento de impotênciaO abuso sexual foi imposto à vítima. Que tenha se produzido uma vez ou cem vezes, com ou sem violência, não altera em nada o fato de que foi privada da sua liberdade de escolha.

Este sentimento provem de três razões:Não pôde alterar a sua família disfuncional, se se trata de um incesto. Os seus parentes não a protegeram como deveriam, a sua mãe ou a sua sogra nada viram ou fingiram nada ver.

Que o abuso foi acompanhado de violência ou não, que haja dor física ou não, a vítima não pôde escapar, o que cria nela fraqueza, solidão e desespero. Além disso, o culpado serve-se da ameaça ou da vergonha para reduzir ao silêncio e recomeçar em toda impunidade, o que aumenta a sua impotência.

Não chega a pôr um termo ao seu sofrimento presente. Só a decisão de suprimir-se anestesiaria a sua dor, mas não pode resolver-se, então continua a viver e a sofrer.

b. Este sentimento de impotência provoca graves prejuízos

A pessoa abusada perde a consideração por si própria, duvida dos seus talentos e crê-se medíocre.

Abandona qualquer esperança.

Insensibiliza a sua alma para não mais sentir a raiva, o sofrimento, o desejo ou a alegria. Esconde e repele no seu inconsciente as lembranças horríveis da agressão sexual.

Pela força de renunciar a sentir a dor, torna-se como morta. Perde o sentimento de existir, parece estrangeira a sua alma e a sua história.

Perde o discernimento relativo às relações humanas, o que explica que as vítimas de abusos caem de novo nas garras de um perverso, que reforça o seu sentimento de impotência.

2. O sentimento de ter sido traídaMuitas pessoas ignoram o nome dos onze outros apóstolos, mas conhecem Judas, o traidor. Por quê? Porque a maior parte das pessoas considera que nada é mais odioso que ser traído por alguém que se supunha amigo e respeitoso.

A pessoa abusada sente-se traída não somente pelo abusador em quem tinha confiança, mas também pelos que, por negligência ou cumplicidade, não intervieram para fazer cessar o abuso.

As consequências da traição são: uma extrema desconfiança e a suspeita, sobretudo em relação às pessoas mais amáveis; a perda da esperança de ser próxima e íntima de outro e de ser protegida no futuro, visto que os que tinham o poder não o fizeram; a impressão que se foi traída, foi porque mereceu, devido a uma falha no seu corpo ou no seu caráter.

3. O sentimento de ambivalência
Consiste em sentir duas emoções contraditórias ao mesmo tempo. Aqui, a ambivalência gravita ao redor dos sentimentos negativos (vergonha, sofrimento, impotência) que simultaneamente, às vezes, foram acompanhados de prazer, que seja relacional (um cumprimento), sensual (uma carícia), ou sexual (tocar nos órgãos), nas primeiras fases do abuso.

O fato que o prazer, às vezes, seja associado ao sofrimento provoca prejuízos consideráveis: a pessoa sente-se responsável por ter sido abusada, já que “houve” prazer; a lembrança da agressão pode retornar nas relações conjugais; não chega a desabrochar-se na sua sexualidade que é para ela demasiado ligada à perversidade do abusador; controla e mesmo proíbe-se o prazer e, por conseguinte, o seu desejo sexual.

O conselheiro deve explicar à pessoa que não é responsável de ter provado certo prazer, porque é normal que apreciou as palavras e os gestos “de ternura” do abusador. É a natureza que deu ao ser humano esta capacidade de sentir prazer.

O que não é normal é a perversão dos que premeditaram estas atitudes afetuosas para fazer cair uma presa inocente na sua armadilha. É ele o único responsável.

4. Alguns outros sintomasPensa-se em eventual abuso sexual se o cliente:

- Sofre de depressões repetidas.

- Apresenta perturbações sexuais: falta de desejo, asco, frigidez, impotência, temor ou desprezo pelos homens ou mulheres, medo de casar-se, masturbação compulsiva. Na criança, esta perturbação do autoerotismo, assim como algumas enureses, podem fazer pensar em abuso sexual.

- Destrói-se pelo uso abusivo de álcool, de droga ou de alimento. A obesidade, em especial, permite às jovens ou mulheres que foram violadas se tornar, inconscientemente, menos atrativas e se proteger assim contra outra agressão.

- Sofre de dores de barriga, de infecções ginecológicas repetidas.

- Um estilo de relação com os outros muito caraterístico: ou é demasiado agradável com todos, ou é inflexível e arrogante, ou por último é superficial e inconstante.Ajudar a vítima a reviver

Esta deverá cessar de ouvir as vozes internas que a mantém na culpabilidade e vergonha e se pôr à escuta da voz da verdade, que a conduzirá para a libertação.

Deverá também abandonar as vias sem saídas que pessoas bem intencionadas, mas incompetentes (das que ajudam “pouco ajudadas”!) lhe propõem: negar o abuso, minimizá-lo, para esquecer, para perdoar o culpado sem que este se arrependa seriamente, para virar a página, para parar de reclamar, etc.

A via que leva ao bem-estar compreende duas etapas: olhar a realidade de frente, e decidir reviver.

1. Olhar a realidade de frente
A pessoa deverá reencontrar as lembranças do abuso, admitir os estragos e gradualmente sentir os sentimentos adequados.

 a. Reencontrar as lembranças do abuso
A vítima prefere mais esquecer, tanto a enoja ou a terrifica. Ou então, ela conta friamente como se fosse de uma outra pessoa que se trata. Mas, esta recusa é um obstáculo à cura. O abuso não deve ser apagado, mas nomeado.

Com muito tato, incentivar a lembrar do passado, às vezes muito remoto, porque só um abcesso esvaziado pode cicatrizar.

O retorno das lembranças repelidas vai se fazer progressivamente durante a psicoterapia. O inconsciente da pessoa colabora ativamente por meio de sonhos, ou imagens que lhe vem ao espírito.

Certos acontecimentos fazem também reaparecer os traumatismos esquecidos, por exemplo: um encontro com o abusador, uma gravidez, a menopausa, um outro abuso, o fato de que um de seus filhos atinja a idade que tinha quando foi abusada, o fato de reencontrar-se nos lugares da agressão, ou o falecimento do culpado.

b. Admitir os estragos
Este regresso penoso no passado vai permitir-lhe admitir as duras verdades seguintes:

• Fui vítima de um ou vários abusos sexuais. É um crime contra o meu corpo e contra a minha alma.

• Sendo vítima, não sou responsável deste crime, que só pude sentir.

• Em consequencia destes abusos, sofro de sentimentos de impotência, de traição e de ambivalência.

• O meu sofrimento é intenso, mas a cicatrização é possível, se admitir que houve ferida.Esta cicatrização levará tempo.

• Não devo envolver o meu passado com um véu de segredo e de vergonha; mas também não sou obrigada a falar a qualquer um.c. Sentir os sentimentos adequadosA culpabilidade (que é um sentimento de extorsão muito frequente), a vergonha, o desprezo, a impotência, o ódio, o desespero, deverão gradualmente ser substituídos pelos sentimentos mais adequados que são a cólera para com abusador e os seus cúmplices, e a tristeza face aos estragos sofridos. Esta tristeza não deve levar à morte, ao desespero, mas à vida, ou seja a uma fé, uma esperança e um amor renovados.

O conselheiro favorecerá a expressão destes dois sentimentos, de maneira real ou simbólica, mas sempre em toda segurança, no quadro protegido das sessões de relação de ajuda.

2. Decidir reviverPor que uma vítima de abuso sexual deveria decidir reviver, depois de tudo o que sofreu e sofre ainda? Simplesmente porque é melhor para ela escolher a vida e não a morte.Escolher reviver significará para ela:

a. Recusar estar morta
A vítima acha normal viver com um corpo e alma mortos; paradoxalmente, isto lhe permite sobreviver, não arriscando mais sentir alegria ou dor.

b. Recusar desconfiar
A vítima desconfia dos seres humanos. Uma mulher violada, em especial, vê todo “macho” como “o mal”. Deverá aprender a transformar a sua desconfiança para com os homens em vigilância, o que é muito diferente.

c. Não mais temer o prazer e a paixão
Estes dois elementos trazem ao drama que sofreu, então ela foge. Fazendo, priva-se destes dois dons.
Sendo vítima do desejo (perversos, mas desejo do mesmo modo) de alguém, “lança o bebê com a água do banho”, ou seja rejeitando o abuso que sofreu, rejeita ao mesmo tempo qualquer desejo, até mesmo o seu.

Deve realizar que não é porque alguém teve um desejo perverso para com ela que deve doravante renunciar ao seu próprio desejo.

d. Ousar amar de novo
Deverá progressivamente renunciar às suas atitudes autoprotetoras e o seu fechamento em si mesma para provar de novo a alegria de amar os outros e de estabelecer relações calorosas e seguras.

Deixará a sua carapaça para reencontrar um coração terno, capaz de correr o risco de amar aqueles que encontra. Abandonará as suas defesas, o que não quer dizer que não se cercará de proteções. Uma proteção não é uma defesa.

Descobrirá que, se é verdade que uma ou várias pessoas a traíram, a grande maioria dos outros são dignos de confiança.A revelação do abusador

1. Quem são?
Na sua grande maioria são jovens pessoas ou homens, provindos de todas as classes da sociedade e de todos os meios.

No mais das vezes, fazem parte do ambiente da vítima: um colega, um vizinho, um chefe escoteiro ou um animador de jovens, uma babá, um professor, um proprietário, um colega de trabalho, um padre, etc.

Muito frequentemente são também membros da família: o pai, o tio, o avô, o sogro (cada vez mais frequentemente devido ao aumento dos rematrimônios e das famílias expandidas), o irmão, o meio-irmão ou o quase irmão, o cunhado, o primo, etc. fala-se então de incesto ou abuso sexual intrafamiliar.

Trata-se, mais raramente, de uma pessoa desconhecida da vítima.

É necessário notar que 80% dos agressores foram eles mesmos vítimas de abusos no passado, o que não o desculpa de modo algum, mas pode explicar em parte o seu comportamento.

2. Revelação
Uma vítima tem muita dificuldade para denunciar o seu agressor; revelará mais facilmente o abuso em si. No entanto, esta denúncia tem um grande alcance terapêutico e é necessário incentivar a quebrar o silêncio. Uma vez dito à outro, a palavra torna-se inter-dita e não mais interditada, como queria o perverso.

Mas esta denúncia frequentemente é mal aceita pela sociedade. Enquanto uma pessoa sexualmente abusada não denunciar o culpado, é considerada como vítima. Mas o dia em que decide se referir à Justiça, consideram-na então como culpada de acusar alguém, e o crime cometido para com ela vai ser negado.

É por isso que, por exemplo, a grande maioria das mulheres violadas se resignam a permanecer vítimas por toda a vida e, por conseguinte, a calar-se, por medo finalmente de ser acusada do crime que denuncia. Ora, nunca deveriam hesitar a devolver o peso do crime à quem pertence: ao violador.

É necessário, no entanto, saber que, se denunciar tem um efeito terapêutico, o processo judicial é longo, penoso e dispendioso. Os interrogatórios repetidos, a falta de respeito e tato de certas pessoas, a vergonha de revelar a sua história na frente de todos, a impressão de não lhe darem crédito, provocam o que se chama de vitimização secundária. Cada vez que relata a violação, a mulher se sente de novo violada.

O apoio, material e psicológico, de organismos especializados na ajuda às vítimas de abusos sexuais, é precioso neste tipo de diligência, tanto mais que o julgamento pronunciado do culpado, na maioria das vezes clemente, parece decepcionante e injusto à vítima e reaviva a sua dor.

Se tiver o conhecimento de um caso de abuso sexual, a primeira coisa a fazer é afastar a vítima do abusador, a fim de evitar que este último recomece.

No caso específico de abuso sexual sobre menor, a segunda diligência é informar as autoridades competentes (serviços sociais e polícia).

A lei obriga a esta revelação, e deve neste caso quebrar o segredo profissional, se não se corre o risco de ser considerada pela lei como cúmplice. Esta denúncia visa a proteger a vítima e as outras vítimas potenciais, e a obrigar o culpado a parar as suas atuações.

As reações do abusador a sua revelação
Um recente Colóquio europeu sobre as violências sexuais estabeleceu que 82% dos abusadores não admitem a sua responsabilidade (53% negam totalmente os fatos). Só 18% dentre eles admitem os fatos, e ainda porque são obrigados após confrontação com as vítimas, e não sem a acusar de “te-lo provocado”.

Esta negação dos fatos permite-lhes perseverar na sua perversão, e por conseguinte, não se privar do seu gozo, que só conta para eles.

Quando não podem mais negar os fatos, admitem-no minimizando ou negando as consequencias desastrosas sobre as vítimas, sobretudo se o abuso for isento de violência física. Se tiverem remorso ou lamentação, nunca por seus crimes, mas por ter-se feito denunciar e pelo dever de parar.

Se o psi mostrar-se indulgente para com um perverso, porque deseja regrar rapidamente uma situação que o excede ou desgosta, corre o risco de ser manipulado pelo abusador que fará prova de “se arrepender” para continuar em paz as suas atividades viciosas escondidas. Faz-se assim de seu cúmplice, o que é grave.

Uma reação possível do culpado de abusos é a seguinte: ele suja e se alia. Suja as vítimas ou outras pessoas inocentes acusando-as do mal que ele mesmo comete; ao faze-lo alivia, assim, a sua culpabilidade. Além disso, alia-se com os que podem se tornar seus aliados e seus defensores (um pai incestuoso alia-se a sua mulher de modo que o deixe abusar da sua filha).

Um perverso que é revelado e que recusa se arrepender pode cair no pânico, na depressão, no álcool ou no suicídio; mais frequentemente endurece-se e continua de maneira mais intensa as suas práticas.

É extremamente raro que um delinquente sexual arrependa-se realmente, (no máximo exprimirá vagas “lamentações”), mas é necessário sempre dar-lhe a ocasião.

Em conclusão, todo terapeuta deveria se dedicar a formar-se neste domínio tão específico, se quiser se ocupar de pessoas que sofreram deste drama que constitui o abuso sexual.

Fonte: Claire et Jacques Poujol - www.relation-aide.comTradução: Mirian Giannella – http://giannell.sites.uol.com.br/
Por Cintia Liana



 

Comentários

  1. Querida Maria Flor, queria que soubesse que indiquei este texto num link no meu blog.

    Sempre que vc puder postar textos como este, faca! eles sao esclarecedores demais aos que precisam de conforto.

    Um abraco com carinho

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  2. Tanto funcionou a divulgacao da Nina que estou aqui e divulguei no meu facebook, porque essa onda de abusos tem que vir à luz para que possa diminuir.

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  3. Eloise,
    Agradeço sua divulgação. Eu me sinto um tanto feliz de tentar fazer algo por outras pessoas sofredoras que assim como eu conseguem um pouco de alívio ao esclarecer o que se passou na infância, que ficou perdido dentro da gente depois que crescemos.
    Nós, eu ou voce, a Cihthia ou a Nina, não escrevemos o texto em questão, mas nos sensibilizamos com a gravidade do assunto e fazemos o que está ao nosso alcance.
    Obrigada,
    Flor

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  4. Olá Nina Fui abusada pelo meu padrasto desde os meus 3 anos até os 15,de 1983 a mais ou menos 2005,não só abuso sexual mas também violência física e minha mãe nada fazia,trato ela bem mas não consigo ter uma relação de mãe e filha,tanto que ela teve um filho com esse homem e eu acabei criando para protege-lo,hoje ela já se separou dele,mas meu irmão continua comigo.Sempre tratei o fato como doloroso,porém como uma história de outra pessoa assim conseguia ia levando.Hoje tenho 32 anos,sou uma pessoa bem querida pela maioria das pessoas que me relaciono profissionalmente,porém nunca consegui amar sem receios,tanto em uma amizade ou em um relacionamento amoroso.Fui casada por 8 anos,era uma pessoa possessiva,ele um homem calmo,na vida havia tido: amor.Acabei sufocando esse homem,que até hoje mantém contato comigo,porém diz que sou muito complicada e tal.Só que sei que a culpa não é minha de ser assim,mas não consigo evitar,não lido bem nem com elogios.Trabalho na área da saúde e faço faculdade de Pedagogia,agora comecei um estágio em uma escola onde uma menina me relatou que vêm sofrendo abusos,ai meu Deus me vi naquele rostinho.E então parece que meus medos,dores e sentimentos vieram todos a tona.O que faço com isso? Help...

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  5. Oi (anonimo),
    Preciso te chamar por um nome, pode ser Alicia?
    Eu sou Maria Flor e nao Nina. A Nina tem outro blog bem mais feliz que este que se chama: Entre mae e filha, ela apoia e divulga meu blog.
    Querida, querida mesmo, eu estou viajando de ferias e hospedada em uma fazenda sem internet, venho na cidade para ler email.
    Eu quero te responder tudo, te ajudar, tentar pelo menos, vamos ajudar esta crianca que falou com voce? Voce tem o mesmo problema que eu em relacao a mae, aos abuso, a negligencia, e principalmente ao sofrimento.
    Chego dia 6 em minha cidade, minha casa, vou ficar meio atrapalhada, mas vou te escrever o mais rapido possivel. O que eu tenho para te dizer e que leia as cartas que eu escrevi para um padre, sao os textos de marco, abril, ..., leia os primeiros textos do ano 2013, isso ajuda, ouvir a experiencia de outra pessoa. Foi assim que eu superei, cresci, lendo, comparando, chorando, mas crescendo, deixando de ser aquela Maria Flor inocente, crianca, abuasada, humilhada. Eu me tornei uma MULHER INFORMADA. Voce vai superar, acredite, e vai ser forte para ajudar qualquer crianca perto de voce, mas agora voce nao pode tentar ajudar, voce esta fragil, eu acredito, voce ainda "esta" crianca. Ate logo

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  6. Olá Maria Flor, sofri abuso sexual desde bem criancinha, por várias pessoas, em diferentes idades da minha vida, e uns são parentes meus,e tudo só acabou quando eu tinha 9 anos, quando eu tomei consciência do q era aquilo. Aos 10 anos eu contei pra minha mãe só de uma pessoa que havia abusado de mim, mas quando ela perguntou se havia mais pessoas, eu disse que não, me arrependo de ñ ter contado tudo pra ela naquele momento. Hj tenho 13 anos, e te pergunto: Devo contar tudo pra meus pais?

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    1. Eu estou muito impressionada, voce é apenas uma criança, voce tem 13 anos.
      Todos que me escrevem são pessoas com mais de 25 anos, que sofreram abuso sexual quando eram criança ou adolescente. Antes tudo era muito difícil, não havia informação, hoje o tema é debatido diariamente nos programas de TV, e Graças a Deus encontra-se informações na INTERNET, e podemos ficar anônimos para não nos prejudicarmos.
      Eu tinha quase a sua idade quando denunciei para minha mãe o meu pai e o meu irmão. Foi terrível e doloroso, mas foi a melhor atitude que eu tomei em minha vida ate hoje, pois eu salvei minha própria vida de uma gravidez incestuosa com meus parentes, ..., imagine como seria impossível consertar isto. O meu futuro estaria comprometido com uma infelicidade sem fim. Hoje sofro com as lembranças, mas consigo viver.
      Voce tem que se salvar menina, pois quem fez isto com voce na infância poderá tentar fazer novamente agora quando voce terá um corpo feminino e atraente, e poderá usar de agressão física, uma vez que voce HOJE ira recusar qualquer tipo de contato sexual com esse tipo de pessoa criminosa.
      A minha mae NAO me ajudou, ela nao me protegeu depois que eu lhe contei a verdade, e sabe por que? Porque ela tambem tinha culpa do que aconteceu, ela foi negligente.
      Se sua mae nao tomar nenhuma providencia com as revelações que voce fez, se ela disser para voce ESQUECER, procure ajuda na sua escola, na igreja que voce frequenta, num hospital ou posto de saude. Hoje a sociedade ja sabe como orientar criancas e familiares nestes casos.
      Voce vai precisar de ajuda psicologica e social para que voce construa o seu futuro mais feliz.
      Eu estou orgulhosa de voce, mesmo sem te conhecer, mas pensar em uma menina de 13 anos buscando na Internet informações sobre este assunto.
      Voce é muito especial, acredito em voce, que vai ajudar outras pessoas quando voce crescer.
      Neste blog eu descrevo como tudo ocorreu comigo, voce leu os outros textos?
      Como exemplo: Brincando de cachorrinho; Vontade de esquecer; A Santinha, e outros.
      Boa sorte!!!
      Maria

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    2. Oi maria flor, estava procurando na internet um meio de ajudar duas meninas que sofrem abuso sexual do pai,aqui na minha cidade, as duas fugiram de casa e querem saber de algum jeito pra denunciar o pai delas,sendo que a mae delas foi embora e tem medo do ex marido(me pergunto que mae é essa, deixar as filhas na mao desse monstro) elas nao tem ninguem, por isso estao perdidas e com medo de ninguem acreditar nelas, como posso ajuda-las?

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    3. Cara Mariana Azevedo, voce eh uma pessoa incrivel, pois acolher 2 meninas nesta situacao poucos fariam, poucos se importariam, poucos se envolveriam. Voce esta com um grande problema em casa, pois as meninas sao menores, fugitivas de sua propria familia. O melhor que voce tem para fazer e urgente eh procurar o Conselho tutelar de sua cidade ou mesmo de uma outra cidade mais estruturada no problema social. Voce tem que ajudar as meninas serem OUVIDAS por um delegado, advogado ou simplismente um assistente social, a SOCIEDADE tem que saber o que acontece entre 4 paredes na casa destas criancas. Ajude-as, mas nao se responsabilize com o futuro delas, a menos que voce queira isto. O futuro de criancas abusadas sexualmente, dependendo do nivel de agressoes sofridas podera alterar o comportamento social e sexual destas meninas. Tem uma deputada federal, TERESA SURITA, ela eh da regiao norte, mas atual no ambito nacional, ela tem um blog com o proprio nome, entre em contato com ela se as coisas ficarem dificeis, se em sua cidade, as autoridades nao ajudarem estas meninas, se nao te ajudarem.
      A mae destas meninas eh uma pessoa muito facil de ser julgada, abandonou-as ao maior dos riscos, porem, somente nosso Deus tem o direito de julga-la e condena-la ou mesmo perdoa-la. Entretanto esta mulher jamais devera receber o direito de guarda destas criancas, pois ja provou que nao eh confiavel. Boa Sorte!

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  7. Que bom que você NÃO leu esse texto quando tinha 12 anos. Ia ter caído na mentira. ia ter pedido ajuda, ser humilhada, mandada de volta pra casa e apanhar até morrer, como vive acontecendo. Ou ser expulsa de casa, ir para um abrigo, sofrer abusos piores e no aniversário de 18 anos ganhar um presentão: virar mendiga e ter que prestar "serviços" para receber comida (eles tiram a comida). Gente, não caia nessa: se souberem de casos de abuso, NÃO denuncie. É pior. É triste se sentir assim, uma merda, impotente, mas denunciar é egoísmo, vai ferrar a vítima. Eles falam em "direitos, direitos" mas a verdade é que ninguém está nem aí. A sociedade quer que a vítima se foda.

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    1. A sociedade, a família, a igreja, a escola, as delegacias, ..., todos, nada nem ninguém pode retirar a dor de uma vitima de abuso sexual, o abuso ja aconteceu, mas a denuncia pelo menos faz CESSAR. A vitima pode inclusive percorrer este caminho descrito por voce, eu mesma poderia ter percorrido, eu sei disto, e não estou alienada a esta realidade. Voce viveu isto? quer me contar? quer nos ensinar algo? Por favor, ensine-nos, se voce acha que pode ajudar, explique-nos. Somos todos ignorantes neste assunto de ajudar vitimas, ajude-nos.

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  8. Olá! Tenho 23 anos e, não lembro ao certo as idades, porque ainda tenho certo bloqueio de pensamentos sobre isso, mas sofri abuso entre cerca dos 5 aos 10 anos. Nunca contei pra ninguém, até hoje, que contei para meu namorado. O amo muito, mas tenho medo que ele me veja da maneira que eu me vejo: culpada, fraca, suja... Fui abusada pelo meu primo e até hoje reluto muito em chamar isto de abuso, pois me sinto culpada. Um dia eu me toquei (masturbação) e senti prazer. Achei tão interessante que contei pra ele, que era como um melhor amigo pra mim. Desde o dia que contei, ele me obrigava a mostrar minhas partes intimas, a deixar ele encostar e roçar as partes intimas dele. Mas nunca houve penetração. E ele era adolescente na época. Então sempre culpei a mim, como se tivesse o seduzido, e disse a mim mesma que ele era apenas um jovem se descobrindo. Tenho medo de revelar a minha familia, porque amo muito minha familia e nao quero destrui-la, ou que me odeiem, ou que meu pai possa bater no meu primo ou cometer algo pior. Mas nao aguento maia tanta culpa. Ha 4 anos faço terapia com uma psiquiatra. Fui diagnosticada com transtorno de ansiedade e sindrome do panico. Mas nunca contei, nem a ela, o que me aconteceu e tenho medo que, se contar, ela nao acredite em mim por eu ter demorado tanto a contar. Desde os 14 anos sofro com repetidas fases de depressao e agora estou vivendo mais uma delas. Sinto muita culpa dentro de mim e nao me vejo como tendo sofrido abuso. Sinto nojo de mim!

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  9. Voce é tao jovem, e ja conseguiu entender o que te aconteceu. Eu com sua idade estava ALIENADA, tentado esquecer e enterrar o passado, o que só me causou mais prejuizos e sofrimento. Conversa abertamente com sua pscologa, fala a verdade, ela é uma profissional, ela estudou, ela nao é sua parente ou Amiga, ela é profissional, e profissionais trabalham, nao jugam, trabalham para ajudar, para solucionar problemas. como um computador que esta quebrado e um profissional faz reparos. Eu tive tudo isso que voce teve e muito mais, e vejo que voce tem a possibilidade de SE SALVAR pois hoje tem INTERNET, tem informacao. Ajude-se, cure-se. Olhe para uma crianca hoje que tenha 5-10 anos, e veja se esta crianca é capaz de ser CULPADA de qualquer coisa que ela faz. Assim foi voce, crianca, inocente ....
    Beijos, Boa sorte, Anime-se, seja feliz com seu namorado, mas nao fique falando destes assuntos para ele, pois ele pode ser imaturo para absorver um assunto tao duro. Deixe para sua terapeuta..

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  10. Flor,bom dia,já tentei te escrever uma outra vez tentando contar minha história mas não consegui enviar. Enfim,tomei coragem mais uma vez e vim aqui no seu blog.Primeiramente eu gostaria de agradecer por poder dividir sua história e saber que outras pessoas também sentem uma dor e poder partilhar isso pra poder ajudar outras pessoas é um ato muito nobre. Eu me emocionei muito quando você escreve esse texto pois me identifiquei bastante,e hoje sei que sou mais forte,ainda guardo a minha dor,mais acredito que já superei muita coisa,e ainda supero.Não poderia deixar de citar o quanto foi importante a presença do meu amado namorado,foi ele que percebeu que havia algo de errado e a partir dali sempre me indagava e fugia ,até que uma noite eu resolvi contar a minha história,foi difícil pra mim falar pela primeira vez pra alguém e pra mim mesmo o que já havia passado.Bom, eu morrei com a minha avó a quem eu amo muito,e eu era muito pequena não lembro ao certo qual era minha idade quando o fato aconteceu,eu tinha uns 4 a 5 anos,eu acho,e minha avó tinha um amigo e uma noite ele estava lá na casa dela aí por um momento de distração ,foi muito rápido,e a casa dela é bem grande ,aí eu estava na sala sentada e ela saiu pra fazer algo q eu n lembro,sabe quando um adulto sai e deixa alguém olhando uma criança?! Pois bem,só que ele não me olhou ,ele me chamou pra perto dele e pediu pra que eu tirasse o short e abaixou a calça e ficou passando as partes íntimas em mim,aí até hoje eu travo muitas vezes quando estou fazendo amor com meu namorado,como se eu lembrasse daquilo..Enfim,apesar de ter sido uma única vez isso me trouxe muitos bloqueios que só agora na vida adulta eu estou conseguindo superar,e mais uma vez digo que Deus enviou um anjo pra cuidar de mim que é o meu atual namorado,a quem eu compartilho os meus sentimentos.É ISSO..em breve contarei muito mais das minha evoluções como pessoa,e como uma nova mulher.

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    1. Há muitas mulheres que, quando eram criancas foram uma única vez molestada, e que nao se perdoam por que nao superam, afinal foi somente uma vez. O ponto nao esta em quantas vezes, mas quando aconteceu: quando se era uma crianca, indefesa, inocente, que nao sabe como defender-se da situacao e do agressor. Muitas familias, mesmo sabendo que ocorreu algo assim, e que o agressor é um amigo muito querido ou mesmo um parente próximo, prefere nao denunciar: pois foi só algumas vezes, esta crianca vai esquecer, é melhor para todos; e a crianca nao esquece nunca, a crianca cresce, vira uma mulher e encontra vários obstáculos na vida emocional, relacional, profissional e sexual principalmente, gerados pelas consequencias do ABUSO SEXUAL. Sinto muito por voce, e tenho raiva desse cara que traiu sua vó e voce. Ele vai pagar, acredita na justica de Deus.
      Seu namorado é digno, vai te ajudar. O que voce acha de conversar com um psicologo, umas sessoes te fariam muito bem, e voce seria uma mulher completa para o seu Amor.

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    4. Voce que escreve com letras MAIUSCULAS, eu já li sua mensagem e deletei-a. E aqui tento te responder, certo?
      Eu ja me senti assim como voce esta hoje, ou talvez pior, eu conheco a sua dor, e eu busquei nos amigos mais proximos consolo, respostas, e onestamente nao encontrei, pois tudo dentro de mim tinha se quebrado mais uma vez, me senti vitima da minha propria historia, e ate implorei para que ele voltasse para mim, por pena, se fosse a unica forma. E ele "voltou", voltou para me ouvir, me apoiar, mas ele já estava em outra, tinha outros planos e eu nao estava incluida. Os meses passaram e eu sofria com a ideia de que ele nao ia aguantar muito tempo ficar comigo por caridade, ...., foi ai que a vida sorriu para mim. Surgiram outras oportunidades de trabalho, conheci novos amigos e ate namorei novamente. Todos aqueles dias, meses, de tristeza ficaram longe, e eu me senti feliz novamente. Fique confiante, nao se desespere com esta dor, ela vai passar, acredite em mim. Seja generosa com seu gatinho, pense em tudo de bom que ele te fez viver, toda alegria que ele te proporcionou, nao fique magoada com ele, voce ainda o ama, e sofre por ele, porem voce nao tem o direito de aprisiona-lo na sua historia de vida, pois ELE nao terá espaco, lá no futuro quando voce conhecer a Pessoa certa e definitiva para ser seu companheiro.
      Voce me fez olhar para um passado nao muito distante, quando eu vivi a dor de ser rejeitada por alguem que eu queria para sempre, e hoje, eu vejo que tinha que acontecer como aconteceu, pois senao tudo o que eu tenho hoje de seguranca, paz e felicidade nao existiria.
      Seja forte, acredite num futuro muito feliz!

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    7. Todos nós temos nossas crises, depressoes, desanimo e desamparo, mesmo aquelas pessoas que nao sofreram abuso sexual, isto é HUMANO. Voce esta passando por uma fase ruim, terminar com namorado, ficar insegura, quem já nao passou por isto? e várias vezes inclusive? Levante a cabeca, olhe para si mesma, veja o que há de melhor em voce, veja o que as pessoas admiram em voce, veja as vitórias que voce conquistou com,meritos, mas nao seja egoista, seja generosa, sabe como? Voce tem que ver as coisas pequenas e simples, o bem que voce fez e faz para alguem, a alegria que voce oferece, enfim, as coisas boas que há em voce. Se o seu Amor nao corresponde mais e inclusive ele te CULPA por isto, voce nao tem mais nada para fazer: voce tem que se sentir mais útil, mais amada por si, ao ponto de encontrar forças e sair deste Vale tenebroso. Eu creio em Deus e em Jesus Cristo, e eu busquei Neles forças neste momentos difícies, e continurarei buscando, na oração, na fidelidade.
      Eu nao sei como te ajudar, apenas posso orar por voce por seu caminho, por sua LUZ.
      Faça algo por voce. todos sabem sair de uma dor como esta, saia voce tambem, veja o que tem ao seu redor, veja quantas oportunidades voce tem, e quantas outras pessoas que nao tem nem metade do que voce tem, entende? Leia a Bíiblia.
      Fica com Deus.

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    8. boa noite flor, hoje estou meio tristinha. Como já havia feito alguns relatos sobre a minha história vim falar mais um pouquinho. Querida , percebo que o meu namorado está se esforçando, mas acho que ele está cansado das minha complicações, ele diz que quer continuar,mas eu preciso mudar,pq senão não vamos conseguir manter uma relação harmonioza no casamento, sabe eu tenho minhas dúvidas se ele ainda ama mesmo ou como diz voce se ele está comigo pra me ajudar. Eu te juro que eu não queria ser assim, tenho conversado com amigas próximas e todas me aconselham a mudar. Flor, não é só isso que me aflinge, ainda tenho tido muitas crises por conta do meu abuso, bate uma sensação de tristeza no coração e eu choro. Queria que fosse tudo tão diferente, as vezes acho que uma psicanalise me ajudaria a entrar em equilíbrio emocional. Oh, querida voce e muitas outras que compartilham de histórias parecidas sabe como é ruim se sentir assim prestes a explodir sempre, como se a gente tivesse que viver essa dor volta e meia quando ela emerge. Todo dia eu peço a deus pra que seja diferente. Eu gostaria de poder ser uma ótima companheira, e poder aliviar esse sentimento que ainda tenho sobre o meu abuso. Acho também que eu estou precisando de alguma fé que me faça crer que o nosso amanhã será REALMENTE diferente, por isso estou querendo frequentar a igreja que minha irmã congrega, quem sabe assim eu me sinta mais próxima de algo que me faça bem. Beijos, e agradeço imensamente só saber que você se importa com a minha história de vida. Ah, já ia esquecer de te contar, escrever para o seu blog tem sido a minha fuga quando me sinto tão sozinha... não precisa excluir essa, quero poder ajudar tbm outras.. fica c deus!

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  11. Oi Sofri abuso quando criança, sofro muito, pois vivo trancada em casa,me sinto sufocada, tenho crises que ninguém entende! Vivo triste. Sou casada e isso me afeta muito pois sou muito nervosa, hj tenho uma filha e morro de medo que isso aconteça com ela, por isso não consigo trabalhar,Alem de me sentir tão inútil a ponto de não ter o dom de fazer nada. Parece que vim a esse mundo p ficar de enfeite! Não tenho ânimo p nada! não consigo falar sobre o assunto. Falei uma vez com uma psicóloga que me mando procurar uma religião e depois disso nunca mais eu voltei la de novo. Sou muito Ansiosa, timida... Queria muito ajuda mas não sei onde ir nem quem procurar!!! as vezes em suicídio me sinto um fracasso, tudo me abala! Vivo numa roda gigante de sentimentos. Pareço estar no fundo de um poço com areias ate o pescoço! Tipo eterno Fracasso! tenho sentimentos de inferioridade e ai se estende... Queria muito melhorar mas não gosto de me sentir doente e é como me sinto agora.

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  12. Sugiro que voce, J-P, leia outras postagens do meu blog, para entender que o seu sofrimento ocorreu em outras criancas, outras mulheres. Escute ou leia outros depoimentos para voce parar de se concentrar no seu próprio depoimento. Foi assim que eu fui me sentindo melhor e ao mesmo tempo pior, lendo os depoimentos de tantas outras vítimas, mas depois que "processei" as informacoes eu fui me desprendendo mais dos meus apegos, dos meus fantasmas, para me unir àquelas que já haviam conseguido alívio através de desabafar com psicologos, amigos, padres, Blogs (meu caso), parentes. Enfim, o primeiro passo voce já deu: buscou na Internet informacao, e encontrou, continue buscando. A paz dentro de ti só acontecerá quando voce se esvaziar de todas as recordacoes, encara-las e entende-las como uma mulher e nao como a crianca que voce foi, quando abusada sexualmente. Boa luta por sua Paz.
    Maria Flor

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  13. QUERIDA FLOR!
    EU SOU A MULHER QUE LHE FAZIA AS PENULTIMAS ESCRITAS, QUE CONTEI O MEU ABUSO, O MEUS AVANÇOS, AS MINHAS SUPERAÇÕES. HOJE EU VIM FALAR DO QUANTO EU ME MODIFIQUEI, HOJE SOU UMA MULHER MUITO MAIS SEGURA E CENTRADA, TENHO ESTADO MUITO BEM COM O MEU NAMORADO E EU APRENDI A AMAR A MIM A CIMA DE QUALQUER PESSOA....TENHO LIDO A BÍBLIA E ACONSELHO,POIS APESAR DE EU NÃO POSSUIR RELIGIÃO EU TENHO ESTADO EM PLENO CONTATO COM DEUS. OBRIGADA!

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  14. Boa noitr flor, há meses não lhe escrevia. Sou uma anônima conhecida nas escritas. Foi com a ajuda do seu blog que eu aprendi a me redescobrir e hoje com 25anos sou uma menina mulher. E apesar de muitas dores e angústias que a vida me trouxe ainda sim sei que escrever aqui é uma maneira de poder ajudar e ser ajudada. Eu sou a anônima que contava sobre a ajuda que o meu namorado me dava, íamos nos casar ano que vem, é como todos os casais tínhamos os nossos altos e baixos mas acreditei que o amor era forte. Bem,vou resumir a minha história,eu já relatei sobre o meu abuso aos 4ou 5 anos de idade, não lembro ao certo. Isso maltrato muito a minha mente durante anos e foi esse namorado quem me ajudou muito. Há uns dois meses pra cá minha família vem passando por problemas e por uma fofoca gigante ele terminou comigo, se quer me deu oportunidade de falar e pior me sentenciou e julgou. Esqueceu de tudo que vivemos e me falou coisas horríveis. Querida flor, parece que vivo em luta constante para ser feliz, quando tudo parece estar entrando no caminho algo acontece e desfaz os meus planos, eu tenho andado bastante angustiada porque não tem coisa pior do que você ser julgada por algo que não fez ou não é, sinto- me impotente. Hoje aconteceu algo incrível, o Senhor usou uma pessoa que não me conhecia para falar comigo , foi um pastor amigo de meu cunhado que pediu para orar por mim e me disse que Deus está no comando e que ele sabe de tudo. Isso me deu um conforto grande para seguir em frente, ah tem dez meses que perdi a minha velhinha, vozinha que tanto amei e amo. E nesses momentos de tristeza que eu tenho me apegado a Deus, sei que ele é grande na vida de todos nós. Parece que nessas horas que a nossa dor revive e transborda, mas seu também que em meio a essa dor o Senhor Jesus está comigo. Eu espero que você, essa pessoa que nos ajudou tanto com esse blog fique bem e que os nossos corações um dia fiquem em paz. Com carinho de alguém que espera por um amanhã melhor.

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  15. Olá flor, anteontem eu lhe escrevi. E sempre que sinto necessidade de escrever passo aqui no blog para contar um pouco sobre a minha luta. Oras venho contar minhas vitórias , oras conto as minhas derrotas e recaídas na dor. Acompanhei que por coincidência você voltou a escrever no blog no mesmo dia, fico feliz por está se redescobrindo também. E com fé em Deus vou realizar um grande sonho que é constituir uma família e que eu possa transmitir amor a um filho e que ele seja uma pessoa segura, confiante. Desejo a todas nós paz de espírito.

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    1. Voce, anonima que me escreve, li tudo, ainda nao tive tempo para te responder como voce merece. Pode esperar? Eu estou enrolada com outros projetos. Obrigada linda, eu estou torcendo por voce, por sua felicidade.

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  16. Olá querida, posso esperar sim. Fico feliz por você também está superando seus medos. Fiquem bem. Beijos...

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    1. Caríssima Anonima!!! Voce deve ter lido as postagens do meu blog, e pode perceber que a vida nao é fácil, mesmo para nós, que tivemos uma infância conturbada e cheia de sofrimento. E esperamos nao sofrer mais. Porem o caminho é árduo e longo, para a maturidade dos sentimentos e emocoes.
      Voce deve sentir falta do seu parceiro, eu posso imaginar, mas voce tem que buscar ajuda de profissionais, voce nao consegue suportar tanta carga emocional sozinha. O seu noivo tambem deve sofrer muito.
      A vida vai mostrar para voces dois, se é para ficarem juntos, se nao for o caso, os dois serao felizes mesmo assim. Eu gostaria muito de te ajudar um pouco mais, mas este é meu limite.
      Vou orar para que voce encontre paz. Eu já tive sua idade, e vivi um inferno parecido, mas passou e eu sobrevivi, voce vai sobreviver também, sabe por que? Porque voce quer superar todas essas dores e ser feliz.
      Busca ajuda de profissionais. Boa sorte.

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