A ira de um anjo

No Facebook, em um grupo que trata de abuso sexual de crianças e adolescentes, encontrei uma postagem que citava o vídeo A Ira de um Anjo, um documentário sobre uma menina, que sofreu abuso sexual.
O documentário fala de uma menina e seu irmão, que foram adotados por um casal de Pastores Metodistas, nos Estados Unidos. A menina era mais que agressiva, era sádica, uma "serial killer" em potencial.

Google Imagens

Buscando respostas para tais comportamentos, descobriram no abrigo de onde as crianças vieram, que ela foi abusada sexualmente pelo pai ate os 18 meses de vida, isto é, na primeira infância. Além dos abusos, houve violência, negligência, abandono.

Assista, voce vai entender melhor, assista também o filme A ira de um anjo o Filme.

Foi mais um "retalho" para a minha "Colcha de Retalho", mais uma peça do "quebra-cabeça" que compõe minha historia. (agora, em agosto de 2015, vejo a verdade do que eu escrevi aqui Abuso emocional voce entende o que é?)

O meu comportamento agressivo em certas situações, como já citei eu outros textos, tem sido um transtorno em minha vida como um todo. Eu estou tentando me entender e conseguir abandonar  este comportamento desajustado, para finalmente ter uma vida normal, na medida do possível.

O caso da menina no documentário eh extremo, pois ela foi abusada na primeira infância, isto eh, a base do desenvolvimento físico, emocional, relacional e comunicativo, além do desenvolvimento intelectual e social.

Se esta criança, em seus primeiros anos de vida, sofreu tanta violência, ela acaba aprendendo tudo errado, desenvolvendo-se em um ambiente doentio e violento, isento de AMOR, logo, esta criança simplesmente não sabia amar e tão pouco sentir amor por qualquer ser, seja pessoas, plantas ou animais. E a pior das consequências, eh a vontade de ferir ou de matar, sem sentimento piedade ou culpa.

No meu caso eu já tinha 4 anos de idade, eu havia passado pelo processo de desenvolvimento da primeira infância, de forma digamos, normal. Eu não era um bebezinho de colo, eu havia conhecido o amor dos meus familiares, a primeira menina, no meio de 4 meninos. Eu falava, brincava, conhecia meus irmãos e meus pais, e confiava neles, pois aprendi isto.

É possível duvidar de que a minha família realmente mudou somente depois dos meus 4 anos, é possível supor que já acontecia "algo" de errado, eu apenas não consigo lembrar, e isto eu acho que nunca saberei.

Lógico que eu não quero me comparar a menina do documentario, mas encontrei sim um paralelo entre minha agressividade e a dela. Encontrei também o mesmo paralelo para o medo da noite e para os sonhos repetidos ao longo de minha vida, o sonho do meu irmão entrando no meu quarto e me violando. Encontrei uma resposta para a minha agressividade sobre a minha irmã, uma explicação mais detalhada do que leva uma criança agredir outra.

No texto Outra consequencia, outro abuso, outra dor que eu escrevi neste blog, falo abertamente do meu comportamento inadequado perante minha irmã mais nova 4 anos que eu. Descrevo como convenci ela a me beijar na boca e até se esfregar para sentir excitação, entretanto, não falei que eu batia nela, gritava e assustava-a. Eu não quis omitir isto, apenas ainda não estava preparada para falar sobre este ponto, pois eu me lembro tão bem do que eu fiz que sofro duramente por saber que no posso consertar mais.

(continuo em A ira de um anjo - continuacao)


Comentários

  1. Ola Maria,
    asistir o filme, e hoje entendo o porque sentia
    tanto odio das pessoas.

    Alice

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  2. V., meu email eh retalhosflorais@gmail.com, escreva-me. Eu nao achei teu email no seu blog.

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